June 30, 2021
Hector Trabucco, DFS: “A América Latina será uma adotante tardia de combustíveis alternativos”
O veterano da indústria, Hector Trabucco, conversou com a PetrolPlaza sobre sua recente nomeação como líder da Dover Fueling Solutions® na América Latina, tendências regionais e porque o compliance deve ser uma prioridade inegociável.
Nascido na Argentina, Hector Trabucco tem mais de 20 anos de experiência no setor de combustível e lojas de conveniência. Depois de atuar como CEO da Gilbarco Veeder-Root para a América Latina, ele passou três anos fora do setor. Em setembro de 2020, foi nomeado vice-presidente e gerente geral para a América Latina na DFS.
Q: Você assumiu o cargo de Vice Presidente e Diretor Geral da Dover Fueling Solutions® na América Latina em meio à pandemia. Como tem sido esse ano para você até agora?
A: Na verdade, tem sido ótimo. Depois de três anos fora da indústria, trabalhando com uma empresa diferente, é bom voltar às minhas raízes. É uma grande oportunidade liderar os negócios da DFS na América Latina. Foi um ano incomum - a Covid impactou a demanda substancialmente. Como equipe, um dos maiores desafios que enfrentamos foi como contornar os obstáculos da pandemia. É o impacto sobre a demanda e como gerenciar um negócio.
Nossa fábrica no Rio de Janeiro já está em operação há 90 anos. O Brasil é um dos nossos maiores mercados devido à nossa tradição no país e ao seu tamanho. Com 40.000 oportunidades de negócio, é o maior mercado da região. Também trabalhamos com grandes empresas de petróleo na América do Sul, como YPF, Axion Energy, Copec, Primax e Shell há décadas.
Q: O que você identifica como os mercados mais promissores agora?
A: Temos avançado em países com projetos focados em um portfólio ampliado, que inclui soluções de pagamento, fidelização e frota. Avançamos no Peru, Equador, Colômbia, Chile e Argentina. No futuro próximo, eles continuarão a ser importantes. Queremos continuar crescendo em nosso segmento de soluções, pois já somos muito fortes em termos de bombas. No Brasil também estamos focando em soluções como medição automática de tanques (ATG).
Q: A DFS assinou um acordo com a Alvic em agosto para a distribuição de produtos de gerenciamento de estoque úmido na América Latina. Como você vê o desenvolvimento desse segmento na região?
Temos uma estratégia muito agressiva de expansão no futuro em serviços de alto valor agregado, como gerenciamento de estoque úmido e soluções de precificação. Recentemente, lançamos a plataforma de soluções conectadas habilitadas para nuvem DFS DX em um nível global - uma solução que nos permite unir todas as nossas ofertas com suporte de visibilidade de dados. O sistema também faz parte da nossa oferta na América Latina.
Outra parte crescente do nosso negócio é o pagamento. Temos uma combinação única de terminais de pagamento externos e opção de pagamento na bomba que fornece uma integração perfeita aos nossos clientes. Isso ajuda a acelerar a implementação. Negócios diferentes se adequam à diferentes modelos.
Q: Em termos de abastecimento, o que você vê como uma tendência importante na região?
A: Há um número crescente de tipos de combustível sendo oferecidas. Temos vários graus de diesel, dependendo do teor de enxofre e do nível de aditivos. A oferta de mais combustíveis é um desafio para os empreendedores, pois tem impacto na sua infraestrutura. Temos uma solução única que permite que nossos clientes gerenciem uma gama mais ampla de combustíveis no seu negócio, ao mesmo tempo que minimiza o investimento em tanques, tubos e outras infraestruturas. É uma bomba que pode efetivamente misturar os aditivos. O local não precisa ter um tanque dedicado para cada um dos tipos. Estamos ansiosos para alguns projetos relacionados a isso na América Latina.
Também há uma maior demanda por gerenciamento de dados na bomba. Estamos trabalhando nos estágios iniciais dessa evolução - tendo a bomba como ferramenta para gerar uma quantidade mais rica de dados e informações sobre o posto. Acompanhar tanto o estado do equipamento quanto o comportamento do consumidor, o que auxilia na tomada de decisões de marketing.
Q: Você trabalhou na indústria de abastecimento de combustível na América Latina por mais de duas décadas. Como você vê o avanço da indústria? E quais são alguns de seus próprios objetivos como o Diretor Geral e Vice Presidente do DFS?
A: Do lado pessoal, meu objetivo é continuar a contribuir para essa indústria como um todo. Para mim, é um privilégio ter liderado os dois maiores players do mercado de equipamentos para combustível. A indústria agora está trabalhando com as mesmas regras básicas de engajamento. Compliance é uma prioridade inegociável para todos os grandes players do mercado. Isso é muito positivo. Isso permite um crescimento sustentável.
A América Latina provavelmente será um dos últimos a adotar novas tecnologias em combustíveis alternativos, especialmente aquelas relacionadas a hidrogênio e veículos elétricos. Isso vai acontecer eventualmente, mas a região será uma adotante tardia. Primeiro, devido à disponibilidade de combustíveis tradicionais; e segundo, a América Latina foi uma das primeiras a adotar algumas opções mais sustentáveis para o meio ambiente, como o etanol no Brasil. A maior parte dos negócios continuará focada em combustíveis líquidos com alta participação de petróleo.
[Para empresas de tecnologia], também haverá uma transição para um portfólio mais amplo de produtos, incluindo softwares, soluções e serviços. Nenhuma empresa conseguirá sobreviver apenas vendendo bombas. Cada vez mais as bombas estão se tornando um componente tecnológico chave da operação. O investimento em novas tecnologias será fundamental no futuro.